A sessão foi aberta pelo Venerável Mestre Irmão Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças dos Irmãos José Mariano de Matos, ex Venerável Mestre, José Gomes de Vasconcellos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antônio de Souza Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como secretário e lavrou a presente ata.
Logo de início o Venerável Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião de caráter extraordinário, informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida é o dia vinte de Setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no país.
Na ocasião, ficou acertada a tomada da capital da província pelas tropas do Irmão Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto Vasconcellos Jardim quanto Onofre Pires, ao serem informados responderam que estariam a postos aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Irmão Vicente da Fontoura, que sugeriu o máximo cuidado, pois certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento.
O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000(réis), contados pelo Irmão Tesoureiro Pedro Boticário. Por proposição do Irmão José Mariano de Matos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta de Alforria de um escravo de meia idade, no valor de 350$000(réis), proposta aceita por unanimidade.
Foi realizada poderosa Cadeia de União pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Rio grandense, lutariam pela Liberdade, Igualdade, e Humanidade, pediam a força e a proteção do Grande Arquiteto do Universo para todos os Irmãos e seus companheiros que iriam participar das contendas.
Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Venerável Mestre que todos deveriam confiar nas Leis do Grande Arquiteto do Universo e, como ninguém mais quis fazer uso da palavra, foram encerrados os trabalhos, do que eu, Domingos José de Almeida, Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que a história, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens livres e de bons costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo Sul de nossa querida Pátria.
Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da Era Vulgar, 18º dia do sexto mês Tirsi da Verdadeira Luz do ano de 5835.
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