Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa.
Mas não podia ser uma princesa qualquer. Ele queria uma princesa bem bonita e bem legal, como as dos contos de fada.
Ele viajou o mundo todo procurando uma princesa do jeito que sonhava, mas sempre via algum defeito nas moças que encontrava.
Sua mãe, a rainha, vivia dando palpites na vida dele:
- Não se fazem mais princesas como antigamente... Um horror!
O príncipe chegou a fazer uma listinha com os nomes daquelas que achava perfeitas: Branca de Neve, Yasmin, Cinderela, Bela Adormecida, Rapunzel...
Mas, para sua grande tristeza, descobriu que todas já tinham se casado e eram felizes para sempre.
Ele já estava desistindo, quando aconteceu uma coisa incrível.
Numa noite de tempestade, bateram na porta do palácio. "Quem será a uma hora dessas?", pensou a rainha e mandou um dos criados abrir a porta.
Era uma linda jovem, molhada da cabeça aos pés.
Ela jurava ser uma princesa que tinha se perdido na floresta por causa do temporal.
Na correria, tinha perdido também a coroa, as jóias e rasgado todo o seu vestido.
O príncipe se apaixonou por ela na mesma hora, mas a rainha que era muito esperta e desconfiada, bolou um jeito de descobrir se a tal moça era mesmo uma princesa.
Ela pegou uma ervilha e colocou no estrado da cama do quarto de hóspedes. Depois, empilhou um monte de colchões sobre a ervilha e ainda encheu a cama de cobertores e travesseiros.
Quando a princesa foi dormir e viu aquela montanha de colchões, achou que a rainha devia ser maluca. Mas estava tão cansada que nem quis discutir o assunto.
No café da manhã, a rainha perguntou:
- Dormiu bem, querida?
- Que nada! - respondeu a princesa - Não consegui pregar os olhos. Alguma coisa ficou me cutucando a noite inteira. Estou com a maior dor nas costas!
Ninguém mais teve dúvidas. Só uma verdadeira princesa poderia ser tão sensível a ponto de sentir um grão de ervilha debaixo de uma pilha de colchões.
Eles então se casaram e foram morar em um reino distante, mas guardaram até hoje a ervilha de recordação!
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