não sei se sinto mais falta das noites que a gente passava na pista de skate, na calçada da frente do bar, no sofá da casa do izak ou na frente do mar.. não sei se o que me faz mais falta é o lugar ou as pessoas que ali se reuniam.. aquele ar, aquelas ruas, aquele céu estrelado.
poucas coisas na vida eu tenho tanta certeza como quanto eu sei que amo aquele lugar.
esses dias no almoço minha mãe cogitava a possibilidade de um verão no apê do namorado em outra praia, enquanto minha irmã se maravilhava com a descrição do lugar, eu batia na mesa e dizia "não troco arroio por nada".
minha praia é mal vista por todo mundo, ou pq é pequena demais, pq todo mundo conhece todo mundo ou pq não tem nada de muito interessante pra se fazer.. mas de todos os lugares que eu já conheci, nenhum me fez sentir tão em casa quanto eu fico lá. nem mesmo aqui, aonde eu vivo 10 meses do ano.. são aqueles dois meses qe fazem a diferença.
acho muito provável que seja isto por causa da liberdade e independência que aquele lugar me traz, pela falta de responsabilidade, pela flexibilidade dos horários.. tudo bem, seja o qe for, eu sinto saudades.
queria que aquelas ruas contassem histórias.. aquelas das manhãs que nasciam e a gente continuava ali, sem a menor vontade de ir pra casa. dos tombos de skate que o povo levou, das discussões, das risadas, das brincadeiras de brigar.. queria um filme que mostrasse os banhos de chuva, as vezes que a gente deitou no meio da rua, da indignação do povo quando um copo caía no chão, mas principalmente do que acontecia na volta pra casa.. queria um registro completo com todas aquelas fotos que eu não consegui tirar por estar perplexa com alguma coisa.. queria guardar cada expressão de cada pessoa, cada sotaque, cada gíria própria ou jeito segurar o cigarro.
eu sinto falta dos babadows de cada noite que acabava, das brincadeiras no caminho de volta pra casa.. sinto falta até daquele frio que me perseguia o tempo todo. sinto falta de acabar sempre na mesma rua, de dar voltas e voltas e sempre parar no mesmo lugar. quero aquele mesmo cachorro-quente, aquela polar sagrada de cada dia, o pé no chão.
saudades, eu só tenho saudades daquele lugar.
saudades e lembranças de um tempo bom...
o mina dos sete casacos não é só ai que o frio te persegue né nega
ResponderExcluirte amo