terça-feira, 29 de julho de 2008

papo clichê

Internet é a pior merda que existe no mundo. E pior ainda é ser viciado nessa porcaria. Ela te permite descobrir tudo que você quer saber e te esfrega na cara tudo que você nem sonhava em descobrir. Ninguém mais é como você imaginava que era. As pessoas mudam a seus olhos. Os relacionamentos terminam e as amizades se deterioram. As relações passaram a ser online. Ninguém mais se visita, ninguém mais toma chimarrão num sábado à tarde. Ninguém namora. O mundo inteiro passa dentro de uma tela de computador. A vida inteira escapa pela fresta da janela. Ando me sentindo excluída do mundo. Existem fotos em que eu não apareço. Existe saudade que só eu sinto. Existe uma carência absurda daquilo que eu não participo. As coisas mudam, as pessoas mudam. Parece uma bomba-relógio prestes a explodir. Internet te deixa com o mundo nas mãos e ao mesmo tempo limitada a uma telinha medida em polegadas. Você pode conversar com o mundo inteiro sem abrir a boca. E pode mentir à vontade porque ninguém vê nada mesmo além de algumas poucas palavras digitadas num retângulo branco. Ela não permite sentir o cheiro, dar beijos roubados nem ler o que dizem os olhos. É tudo roboticamente calculado e previsível. As pessoas têm coragem de falar quase tudo o que pensam e depois não assumem. O cara a cara amedronta. O cara a cara faz corar. Dá vergonha. Sentir virou tecnologia passada, descartável, fútil. Ok, ok, é o sujo falando do mal lavado. Vivo pendurada no computador. Vivo esperando notícias de amigos que estão longe, de pessoas que eu quero perto. Vivo perdendo tempo esperando fulano de tal entrar no msn e puxar papo comigo. Vivo deixando as horas se resumirem em distância e saudade. Sei que sou viciada. Assumo. Admito. E continuo achando a internet uma bosta.­ ­ ­

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