segunda-feira, 13 de abril de 2009

senso comum

"Se tem uma coisa que me irrita na sociedade de hoje é que as pessoas tem preguiça de pensar. E sabe por quê? Porque isso faz parte da nossa cultura. Nas palavras de… sei lá:

A assimilação pode ser entendida de maneira bem ampla, como a adoção voluntária de atributos culturais da sociedade”.

Vocês não tem noção de como eu odeio isso profundamente. Não tô falando que a gente tem que jogar tudo pro alto e esquecer nossa cultura. O ponto importante aqui são os nossos valores. Pra fazer vocês entenderem o que eu tô querendo dizer, aqui vai um pouco de história:

Sabe Esparta? Aqueela, do filme 300, lembra? Então, não tem nada a ver com o que mostra no filme, lá eles são bonzinhos. Na Esparta de antigamente, todo moleque que nascia era mergulhado em uma solução de vinagre e urina, isso eles faziam pra testar se o rebento era forte e servia pra engrossar os batalhões espartanos. Se o caboclo sobrevivesse, ele ia morar com a mamãe e ser feliz e… Não, ele morava com a mãe até os 7, que era quando o estado tomava ele “emprestado” pra transformá-lo em uma máquina de guerra. Desde então o nosso protótipo de guerreiro ia treinar com seus coleguinhas até aos dezoito, que era quando ele iria finalmente para a guerra. Durante o treinamento, relações homossexuais eram instigadas, além de surgirem naturalmente entre os soldados, sabe por quê? Pensa que legal que deve ser ver seu coleguinha de infância ser atravessado por uma lança ou decapitado por uma espada. Agora pensa o quão mais legal deve ser ver o teu amante ser entregue da mesma forma às peripécias do destino. Você iria pra guerra com sede de sangue, com vontade de estrair as vísceras do seu oponente pelas narinas dele. Eu tenho que dizer que isso era importante pra uma sociedade fundamentada na guerra?

Aposto meus colhões que você achou no mínimo alguns, se não todos, dos rituais culturais espartanos um absurdo. Mergulhar meu filho no mijo? WTF?!?!

Mas sabe o que é interessante nisso tudo? Niguém, absolutamente ninguém que vivia em Esparta era contra, isso fazia parte da cultura deles. Isso era normal.

Não estou dizendo que a gente tem que viver que nem os espartanos, o que me intriga é esse absolutismo todo, as pessoas se acham donas da verdade. Daí você tem o Estado e, pricipalmente, a Igreja se metendo nas nossas vidas, que nem aconteceu nesse caso. A mina de nove anos era estuprada pelo padrasto desde os seis, engravidou e resolveu abortar. De acordo com as leis brasileiras, isso é legal. Mas como nem tudo são flores na vida, a igreja católica veio encher o saco falando que isso não era coisadideus, ignorando os relatórios médicos que diziam que a menina corria risco de vida. Uma vida por outra, quem liga? O importante é ter mais gente pra pagar o dízimo. Me diz uma coisa, véi. QUEM diabos é a igreja católica pra se meter na vida da mina? Queria ver se fosse a filha de um padre que… Ah é, esqueci que esses veados teoricamente não fodem.

É isso que eu vim aqui criticar, seus valores de certo e errado.

É errado matar? A resposta que a maioria das pessoas tem na ponta da língua é um sonoro “Mas é claro que sim!”. Mas eu faltei com uma coisa na minha pergunta, circunstâncias. Tem gente que acha errado matar de qualquer jeito. Lembra do caso da Eloá? Em um especial que passou não lembro onde, os atiradores de elite que acompanharam o caso deram entrevista. Um deles disse que teve cinco oportunidades pra matar o puto, e disse que o colega dele tivera outras oito. Quando um atirador de elite fala que tem uma oportunidade pra matar, é porque ninguém mais vai se machucar. Eu não pensava nem meia vez antes de mandar o cara estourar os miólos daquele infeliz. Mas se matassem o cara, a população iria se voltar contra a polícia que nem um bando de poodles raivosos.

A grande questão é vocês pararem pra pensar nos conceitos pré-estabelecidos que a sociedade te impõe, ao invés de simplesmente aceitá-los. Esses absolutos sociais devem ser questionados, mas as pessoas tem medo de fazer isso por medo da fogueira. Hoje em dia ninguém é mais queimado literalmente, mas é só alguém falar sobre um assunto que pisa no calo das pessoas que já jogam o infeliz na fogueira moral. Realize que se fosse um contexto totalmente diferente, coisas que são tidas como pecados capitais hoje poderiam ser consideradas normais se o curso da história fosse mudado. Porque existem tantos tabus, então? Porque, como eu disse, vocês tem preguiça de pensar e são presos aos nossos valores mesquinhos que nem escravos aos grilhões?"

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